Fundo de campo, voz de banhado, passa um tajã
Se estende o pago até meus olhos cruzarem o rio
Parece até que a tardezita se espichou longe
Que o horizonte se encolheu todo, tá por um fio
Ao longe um bando de garças brancas refaz o vôo
Espreguiçando suas asas largas, palas cardados
Levando o dia num revoar pra lá do poente
E a alma da gente vai junto delas de lado a lado
Fundo de campo, invernada grande, berro de touro
Chama na tarde uma ponta mansa de vacas pampas
Ciclo do campo que se refaz povoando a estância
Na circunstância que fazem os touros baterem guampas
O mouro sabe que é fim da lida e atira o freio
Goteando o suor da barrigueira que a cincha aperta
E sabe ainda que sobra milho pra mais de lata
Que bate pata vendo a porteira “das casa” aberta
Fundo de campo, coisa bem linda, me acoa o cusco
Que busca a volta beirando o ferro e o sul do estrivo
Amigo bueno igual ao mouro das minhas confianças
Que é uma balança, é da minha doma, esse é o motivo
Assim vou eu, coração na espora, desencilhando
Trazendo o pago nas rédeas firmes da minha mão
Pra quem conhece o campo todo e a sua essência
Fundo de campo, é a minha querência, é o meu galpão!
Lugar em que se nasce, de origem
Subdivisão de uma Fazenda; designa também, departamento de um CTG (Entidade Tradicionalista).
Apero da encilha que serve para apertar os arreios.
Espaço seccionado numa cerca.
Bom.