(Letra: João Carlos Loureiro | Música: Valdomiro Maicá)
Pra quem pensa que um costeiro só canta verso tristonho
Talvez porque a cerração anda escondendo os meus sonhos
Eu vou mostrar o contrário neste chamamé crinudo
A tristeza é como a enchente, se vai com tranqueira e tudo
Se às vezes eu canto triste solando meu acordeom
É porque o verso costeiro hora é calmo, horas não
É este meu peito pachola nos remansos da emoção
Dando folga pras remadas do meu louco coração
Dê-lhe chamamé gostoso e que tristeza, que nada
Bailando nas madrugadas, pois o sossego permite
E só o amor admite, na imensa felicidade
De se viver cá na costa, bem distante da cidade
Eu acho uma coisa linda ver uma lancha encostando
Pois namoro e contrabando a gente aprende assim
É uma guaina costeira perfumada com jasmim
Sorrindo, toda faceira, vem de visita pra mim
Vai me entregando um regalo todo bordado a mão
Um ponchilio colorado, meu nome num coração
Redobrando em gentilezas, em troca lhe presenteio
Vou fazendo mil floreios nas teclas do acordeom
Dê-lhe chamamé gostoso e que tristeza, que nada...