Na boca da noite costeando a picada meu zaino que é um gato se para carancho
Bombeando distante pras bandas do poente parece que sente o calor de algum rancho
Eu trago na estampa um jeito teatino porque o destino quis que eu fosse andejo
E a noite serena chega e me provoca campear a chinoca e roubar-lhe um beijo
Um ventito manso me alvorota o pala então eu me aprumo e tapeio o chapéu
Enxergo teu corpo no clarão da lua e os teus lindos olhos brilhando do céu
Eu sinto no peito um guascaço mui forte inté acho que tenho coração de potro
Que bate ligeiro quando enxergo a flor se é meu este amor não preciso de outro
A alma de um taura que vaga solito se para mais quebra rumbiando pra o fim
E as ânsias que tenho acolherei com a gana de ver a paisana que espera por mim
Já vejo a hora de encontrar minha linda e dizer que trago entalado na goela
A felicidade que tanto preciso achei no sorriso que deus deu pra ela
Que lindo seria se um dia eu pudesse te erguer na garupa do meu zaino bueno
Talvez me perdesse no toque dos dedos campiando os segredos de um corpo moreno
Mas numa volteada te levo comigo pro posto do fundo da estância da barra
Pra ser minha dona e cuidar um ranchinho e de um pichonzinho que herdará minhas garras
Na boca da noite
Pessoa ou animal sem eira e nem beira, mal trapilho, que vive em extrema pobreza; este vocábulo vem dos padres monásticos que faziam voto de pobreza, castidade e obediência
Procurar ou buscar no campo.
Guria que se pilcha de bota e bombacha ao invés do vestido de prenda, prenda que passou dos 30 anos.
Poncho leve de seda (para o verão), de algodão (para meia-estação) e de lã tramada ou bixará (para o inverno).
Até.
Vivente que se pode recomendar.
Só e isolado.
Desejo súbito, vontade.
Anca.
Ato de percorrer o campo trazendo alguns (ou todos) animais.
Grande estabelecimento rural (latifúndio) com uma área de 4.356 hectares (50 quadras de sesmaria ou uma légua) até 13.068 hectares (150 quadras de sesmaria ou três léguas), dividida em Fazendas e estas em invernadas.