Como é bem lindo um fandango no meu rincão
Um xixo bruto a gente escuta lá de fora
A gaita chora conversando com o gaiteiro
Balança o candieiro no tilitar das esporas
China faceira e gaúcho galanteador
Cheios de amor passam a noite fandangueando
Num vai e vem sempre firme no compasso
E só pára o gaitaço quando o dia vem clareando
Refrão
Vamos moçada que de novo tem gaitaço
Na força do braço o gaiteiro traz alegria
Vamos pra sala porque a dança só faz bem
No vai e vem "vamo" até o clarear do dia
Até a lua vai dançando com as estrelas
Que são sinuelas repontando a noite fria
Que judiaria o gaiteiro encerra a rima
Tudo termina do jeito que se previa
Se foi a noite e já vem clareando o dia
E a alegria continua no salão
Pra peão campeiro fica melhor que encomenda
Levar a prenda dando adeus a solidão
Refrão
No outro dia lá na estância já tem lida
Sina curtida desta raça fandangueira
Segunda-feira é brabo de se aguentar
Só resta recordar da chinoca dançadeira
Fiquei assim viciado num galanteio
Agarrando pelo meio aperto a china contra o peito
E com respeito sempre aparto uma pra mim
Pois já nasci assim e elas gostam do meu jeito
Denominação genérica do Baile Gaúcho.
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.
Operário de estabelecimento rural ou associado de entidade tradicionalista.
Vivente que monta bem e é hábil no serviço de campo.
Jóia, relíquia, presente (dádiva) de valor; em sentido figurado, é a moça gaúcha porque ela é jóia do gaúcho.
Grande estabelecimento rural (latifúndio) com uma área de 4.356 hectares (50 quadras de sesmaria ou uma légua) até 13.068 hectares (150 quadras de sesmaria ou três léguas), dividida em Fazendas e estas em invernadas.
Guria que se pilcha de bota e bombacha ao invés do vestido de prenda, prenda que passou dos 30 anos.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).