Tem um grupo de maridos,
Que andam pra lá de radiante,
Querem largar da gandaia,
E tão levando a idéia adiante,
Já fizeram uma assembléia,
Cheia de gente importante,
Pra criar o sindicato,
Dos maridos sem amante.
Já lavraram uma ata,
Até largaram o futebol,
Não namoram mais no carro,
Só em casa sob o lençol,
Acabaram as pescarias
Jogaram fora o anzol,
E vão riscar só na caixa,
Faça chuva ou faça sol.
Agora com o sindicato,
Vai melhorar cem por cento,
Pois marido sem amante,
Eterniza o casamento,
E encontrando tudo em casa,
Não procuram em outros centros,
E se o sindicato quebrar,
Apelam pro sentimento.
Vão falquejar a celulite,
Das esposas mais cariadas,
Pra passarem com as mãezinhas,
De shortinho e de mãos dadas,
Vão passar o domingo em casa,
E almoçar com afilharada,
Depois dispensa o piazedo,
Só pra darem uma... sesteada.
As muié que se aperparem,
Pois vão ter que agüentar a pua,
Que os maridos vão querer,
O que faziam na rua,
Tem gaudério que imagina,
Que as muié tão sempre nua,
E são louco por traseiro,
Desses virado pra lua.
Só não entrem na conversa,
De abandonar a camisinha,
Pois que tem pançuda em casa,
Quebra o galho com a vizinha,
Procurem botar tenência,
Nas tristezas da tardinha,
Porque é a hora que os calaveiras,
Dão aquela escapadinha.
Está escrito no estatuto,
Que toda a esposa é exclusiva,
E as que tiravam lasquinha,
Vão ver um barco á deriva,
Se ás muié pegarem firma,
Essa idéia é positica,
Pois até os aposentados,
Vão ter que voltar pra ativa.
Vivente aventureiro que chegou na Pampa, vindo do Brasil-central; não tinha profissão definida, nem morada certa e não se amarrava ao coração de uma só mulher