(alô meu amigo josé zorzan, em santa rosa
Um abraço pra ti e pra toda peonada da estância ferradura
Onde tem uns aporreado que tem até parte co diabo
E eu também sou ademonhado ouve bem a parada)
Apertei os caco e montei mandei dá um tapa no focinho
Não dou e não peço carinho berrando lançante afora
Juntei o bicho nos garfo e logo baixei-lhe a ripa
Tirando voltas de tripa enrolado na minhas esporas
Gosto ver um teatino arrasta a cola coça a cara
Guenta o ferro e não despara cuierado num peral
Porque aporreado que eu pego depos que eu ferro a minha perna
O guacho não se governa e se entrega abaixo de pau
(não se entreguemo por nada, não é meu amigo baitaca)
Pois xucro nós dois nascemo e entre trancos e barranco
Fiz o bicho pegá um tranco e um trote bem cadenciado
Era igual briga de galo um por riba e outro por baixo
Quedou-se o veiaco macho para um cavalo domado
E o patrão da ferradura ficou c'o pingo pra encilha
De rédea uma maravilha e um estouro num rodeio
De peleá de canivete de laçar tarquina alçada
E um sorro na disparada sai na barbela do freio
(de luxo num rodeio não é, dr. galtrin? e meu amigo paulinho forjarini)
Por nome de diabo loiro um alazão das pata branca
Lombo curto e boa anca de frente erguida e bom peito
Pingaço de pechá toro manso pro andar das guria
Bom de cancha e montaria preste patrão de respeito
E os demais potro da estância te zaino, preto e tostado
Pelo capataz cuidado, o seo luiz traz no cabresto
E esse capataz que eu falo também sabe ginetiá
Bagual pra lhe derrubá é só que vive do avesso
(e o meu amigo gringo, puxou pelo pai, só gosta de cosa boa)
Bem na entrada da estância tá estampada a ferradura
Uma canga sob uma altura tem casa grande e mangueira
Galpão que mora a peonada de bombacha e chapéu
Que ganharam por troféu em rodeio e festa campeira
E aqui vai o meu abraço ao josé zorzan meu irmão
Ao fagundes co alemão e toda indiada campeira
Que só aprecia o que é bom dessa querência sulina
Churrasco, cordeona e china, rinha de galo e carreira
(só cosa boa, não é meu amigo josé zorzan
Um abraço pra ti e pra toda peonada da ferradura)
Grande estabelecimento rural (latifúndio) com uma área de 4.356 hectares (50 quadras de sesmaria ou uma légua) até 13.068 hectares (150 quadras de sesmaria ou três léguas), dividida em Fazendas e estas em invernadas.
Mal domado.
Descida forte e acentuada.
Pessoa ou animal sem eira e nem beira, mal trapilho, que vive em extrema pobreza; este vocábulo vem dos padres monásticos que faziam voto de pobreza, castidade e obediência
Animal órfão e criado sem mãe.
Selvagem.
Andadura lenta dos eguariços.
Andadura moderada dos eguariços.
A maior autoridade de uma Estância, Fazenda ou CTG.
Afetivo de cavalo de estimação.
Apero de couro (torcido, trançado ou chato) preso às gambas do freio, que servem para governar os eguariços.
Dispersão de tropa em todas as direções.
Cachorro selvagem do banhado.
Corrente que une as gâmbas do freio.
Reunião para cuido, que se faz do gado.
Cavalo novo que ainda não levou lombilho.
Segunda autoridade de um estabelecimento rural (Estância, Fazenda ou Grânja), de uma Tropa ou de uma Charqueada.
Jugo de madeira que serve para cangar bestas (bois).
Calça-larga abotoada na canela do gaúcho
Lugar onde se gosta de viver; se quer viver; lugar do bem-querer.
Briga, rixa.