( Fabrício Luíz )
Antônio Farrapo foi um bueno peão de estância
Orgulhava o seu patrão, que lhe dava importância
Um dia depois da lida Antônio em casa chegou mais cedo
E encontrou sua filha chorando, apavorada de medo
Foi o filho do patrão que lhe causou a maldade
E em seguida se bandeou em direção a cidade
Antônio que sempre foi submisso ao patrão
Trabalhou toda sua vida com respeito e devoção
Encilhou o seu cavalo, afiou a carneadeira
E num galope sereno cruzou a velha porteira
Num ritual silencioso, onde a própria imagem fala
Se foi o guasca penoso, tristeza que não se iguala
Passava de meia noite quando na cidade entrou
E num bolicho de taita o rapaz ele avistou
O jovem quando o viu, os olhos arregalou
E tentou se explicar, mas de nada adiantou
Sentiu o fio da adaga de joelhos foi ao chão
Num instante viu Antônio e no outro a escuridão
O guasca que sempre foi acima de tudo honrado
ficou ao lado do morto, não fugiu apavorado
Logo a polícia chegou e levaram o coitado
De genuíno peão de estância à bandido relegado
Não suportando a saudade da família e do lar
Antônio também se foi para nunca mais voltar
Bom.
Operário de estabelecimento rural ou associado de entidade tradicionalista.
A maior autoridade de uma Estância, Fazenda ou CTG.
Tipo de andadura de velocidade média (nem rápida e nem ligeira = moderada) dos eguariços.
Orvalho.
Tira de couro cru; também designa pênis de gaúcho, ou gaúcho rude e rústico.
Pequena bodega.
Vivente valentão, destemido e guapo.
Grande estabelecimento rural (latifúndio) com uma área de 4.356 hectares (50 quadras de sesmaria ou uma légua) até 13.068 hectares (150 quadras de sesmaria ou três léguas), dividida em Fazendas e estas em invernadas.