(Fabrício luíz / Andrei Souza)
Este Rio Grande, mora dentro do meu peito, o poncho negro se abriga em noites charruas
Sigo agarrado, acampado nas encilhas, sou como o vento deslisando nas planuras
O mate gordo, sorvo na bomba prateada, chaleira preta encascurrada no fogão
Trago de canha, costela gorda na brasa, e lá me vou gineteando a tradição
E campo à fora me vou, batendo cascos na estrada, sem paradeiro, sem destino, sem morada
E campo à fora me vou, batendo cascos na estrada, e a lua cheia ilumina as madrugadas
Em noite a dentro, abro rastros no sereno, vou campo à fora arrebanhando horizontes
Sobra cavalo pronto pra engolir lonjuras, sou crina grossa tanto faz por onde ande
O meu cantar é galponeiro e não tem preço, pois não me entrego a esse falso modernismo
Nasci campeiro, sou filho das madrugadas, sina aporreada pra quem nasceu do xucrismo
Pilcha, espécie de capa sem abertura e de gola redonda que abriga do frio.
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.
Destino, sorte.