De bombacha e de alpargata e uma faixa na cintura
E a gata no meio da espalda, na garupa canha pura
Sou mesmo que pirilampo que brilha na noite escura
Num entrevero de dedos garganta bem afinada
Cantando pra mil amores no estilo de pajada
Um gauderio cantador fandangueando a madrugada.
Vou encerrando a semana de trago e cantorias
Tido os arreios da noite e monto à cavalo no dia.
Pra tomar o primeiro trago entro em qualquer bolicho
Sem saber o preço da banha e nem se arranha o carrapinho
Me vou pro lado das chinas pra certo arranjo um cambicho
Já dou de mão na acordeona mesmo sem te permissão
Bolicheiro me conhece já sabe minha intenção
Rasgo o silencio da noite com esta gaita de botão.
Bolicheiro quer fechar, fala com as boas maneiras
O sol já esta esquentando e hoje é segunda feira
E eu do lado da china engambelo a saideira
Uma prosa no pé da orelha entendam com quiser
Proposta pra ajuntar os trapos para o que der e vier
Saio juntado com a china e seja lá o que deus quiser.
Calça-larga abotoada na canela do gaúcho
Calçado de lona com solado de sisal.
Anca.
Mistura e confusão de pessoas, animais ou coisas.
Conjunto da encilha.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).