Cantam galos no terreiro
No capão, a passarada
Despertando este campeiro
Do colo da madrugada
Cheiro de relva orvalhada
Invade o meu galpão
Cambona e cuia de jeito
Vou cevar meu chimarrão
Enquanto sorvo o amargo
Vou encilhando o gateado
Parceiro de campo e encargos
Que, a mim, foram confiados
No bate casco do pingo
No más, me vou pra mangueira
Pra lidar c’o a cavalhada
Que veio lá da fronteira
Com esporas no garrão
Entesto a lida campeira
Mesclando campo e galpão
Encilha, potro e mangueira
E, assim, passo o meu dia
Embuçalando a potrada
Em meio aos maneadores
Mango e maneia sovada
Aguachado e pelechando
Das orelha’ aos entre-cascos
Vou logo adelgaçando
Um redomão nos meus bastos
Troco o bocal pelo freio
Rédea pronta, quebro o cacho
Que está domado de cima
Vou domar outro de baixo
E quando o sol vai caindo
Se escondendo na coxilha
Este taura campesino
Do bolicho encontra a trilha
De volta, cortando os pastos
Na noite enluarada
Ginete, cavalo e cusco
Se espelhando nas aguadas
Com esporas no garrão
Entesto a lida campeira
Mesclando campo e galpão
Encilha, potro e mangueira
E, assim, passo o meu dia
Embuçalando a potrada
Em meio aos maneadores
Mango e maneia sovada
Com esporas no garrão
Entesto a lida campeira
Mesclando campo e galpão
Encilha, potro e mangueira
E, assim, passo o meu dia
Embuçalando a potrada
Em meio aos maneadores
Mango e maneia sovada
Letra: João Alberto Pretto
Música: Pedro Neves
Cabaça para chimarrear (ou matear); em guarany caiguá.
Cavalo novo que ainda não levou lombilho.
Vivente que se pode recomendar.
Pequena bodega.