Autor: Mauro Moraes
Num bate-coxa grongueiro, quando tem gaita e pandeiro,
Sou taura loco de bueno, metido a sebo e carancho,
Gosto dum baile de rancho cheirando a garra e mangueira,
De atropelar lua cheia em retorcida e fandango...
Meu cantochão é cordeona que se desdoma escorada,
Conforme a volta da armada e o coração do gaiteiro,
Quem amadrinha é o pandeiro mas quem dá forma pro verso,
É o contracanto do resto com alma de bochincheiro.
(Atraca pandeiro véio que a farra mal começou,
E o pealo se acomodou nos olhos duma morena,
Que anda louca de cheia, no golpe da oito soco,
Fincando o facão no toco, flor de caborteira.) Bis
Nos quatro cantos da tasca, à meia-luz do bailongo,
A concertina dá o troco abrindo os tarros de golpe,
E no abre-e-fecha do fole quando o pandeiro se lava,
Até o gaiteiro se embala tocando a trote e galope...
Enquanto vou me entertendo no toque da botoneira,
A alma aperta a peiteira no resmungar da chorona,
Agarro com as redomona, e pouco importa o sinuelo,
Pra me tirar do rodeio só terminando com a zona...
(Atraca pandeiro véio que a farra mal começou,
E o pealo se acomodou nos olhos duma morena,
Que anda loca de cheia, no golpe da oito soco,
Fincando o facão no toco, flor de caborteira.) Bis