Logo ali neste rincão há um rancho de alma e poesia
Que renasce a cada dia à sombra de um tarumã
Tem flores no parapeito, paredes alvas caiadas
E um silêncio que por nada se encanta cada manhã
Quem cruza estende os olhos, avista um fio de fumaça
Que ganha o céu de quem passa no rancho antes tapera
Não sabe das frutas boas e das águas da vertente
Não vê amor e não sente que tem alguém e uma espera
Quem mora ali neste rancho é a flor mais linda do pago
E é pra ela que eu trago léguas de campo e outra flor
Meus sonhos meio em pedaços que juntando faço um
E um sentimento comum que escolhi chamar de amor
Quando chego ao fim da tarde o coração vai primeiro
Cruza o campo do potreiro e me espera na cancela
Mato minha sede num abraço, de boas vindas um beijo
E um mate bom com poejo recém cevado por ela
Daí o rancho é uma estrela e a noite fica comprida
E o céu imenso da vida deixa um candeeiro alumiar
Pras sombras de uma saudade estenderem-se por tudo
E o rancho anoitecer mudo, e em silêncios madrugar
Bem aqui neste rincão há um rancho de luz e amor
Que guarda dentro uma flor e sonhos pela metade
Um rancho pleno de vida, de alma feito por mim
Que renasce sempre assim no instante de uma saudade!
Lugar isolado em fundo de campo.
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Pequena invernada onde pastam potros, situado nas imediações de uma Fazenda ou Estância.
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.