No verão, céu estrelado, deito embaixo da carreta
A saudade não se ajeita, vem deitar no meu costado
Mania dessa guitarra cantar tropas, rondas, potros
Um verso puxando os outros até que o sono me agarra
Quem souber coplas que cante
Alma livre, rédea frouxa
Vamos tecendo uma colcha
Com retalhos do Rio Grande
Tive de vender inteira a tropilha dos gateados
Não deve ser da poeira que os meus olhos vem molhados
Saudade da sesta boa do galpão onde eu encilho
Meu pingo quebrando milho pelas tardes de garoa
Cavalo que corcoveia conheço ao meter-lhe o freio
Não tiro pra os meus arreios se for mesquinho da orelha
Don Avelar garganteia que a cavalhada é um assombro
Tirando os que corcoveiam são todps mansos de lombo
Logo depois do churrasco não me agrada ginetear
No balanço do corcóveo me dá ganas de sestear
Amunto bem e me agarro e o potro de plano feito
Pelo tranco que ele esbarra corcoveia do meu jeito
Moço metido a campeiro, arreio, pilcha bonita
Mando buscar um oveiro de "esprementar" a visita
Cavalo não nega conta, não fala da vida alheia
Me carrega e não faz conta e apanha se corcoveia
Quanto mais busco amizade mais acho rastro de sorro
Meu cavalo, meu cachorro, dois amigos de verdade
Não confio nem um pouco em louco bancando o certo
Muito menos em esperto querendo passar por louco
Abaixo vai meu cavalo, arriba vai meu chapéu
Mais alto só passarinho quando navega no céu.
Apero de couro (torcido, trançado ou chato) preso às gambas do freio, que servem para governar os eguariços.
Coletivo de cavalos.
Tipo de edificação que com o rancho forma um conjunto habitacional no RGS; numa Estância ou numa Fazenda, abriga o alojamento da peonada solteira, os depósitos de rações, almoxarifados, apetrechos, aperos, galpão-do-fogo, etc.
Afetivo de cavalo de estimação.
Conjunto da encilha.
Comida preferida do gaúcho.
Cavalo novo que ainda não levou lombilho.
Andadura lenta dos eguariços.
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