(Amaro Peres)
Mescla de tiro e trovoada retumbando nas canhada'
É como tropa estourada num louco bater de pata
O entono do pajador, a força do cantador
E a goela do trovador que na pua um verso arremata
É o soco do doze braças quando nas aspa' entrelaça
E um touro velho fumaça de lombo se vai ao chão
É um talho de prateada num bochincho em carreirada
O descanso da peonada nos pelegos do galpão
É assim o meu Rio Grande
É assim o meu Rio Grande, tchê
Quem canta versos campeiros
Ao derredor dos braseiros por amor à tradição
A sanga que mata a sede, um São Jorge na parede
Uma coxilha bem verde matando a fome do gado
É noite de temporal, um poncho véio carnal
É o galope do bagual pra se escapar do mandado
É domingo de rodeio, um pingo mascando freio
Um palanque, um esteio lá no canto da mangueira
É um amor de uma xirua sob um clarão de lua
É um guerreiro charrua peleando lá na fronteira
É assim o meu Rio Grande...