(Juvenal Ferreira/Fábio Duzac)
Um dia levantei cedo, co'as minhas espora' afiada
Pra encilhar um cornilhudo que é o florão da matungada
Mas, quando saltei no lombo, se embodocou me esperando
Convidei nas ferramenta' e o loco, que nem tormenta
Se desmanchou corcoveando
Não me leve a mal, não me leve a mal
Eu nasci pra ser ginete e quebrar queixo de bagual
Rebentou o lóro do estrivo, e a chincha foi pras virilha'
Berrando e coiceando a cola, se sumiu pela flechilha
Só ouvia o ringir das cordas fazer eco nas coxilhas
De cima eu olhava o pasto, vinha grudado no basto
Igual tronco de curunilha
Não me leve a mal, não me leve a mal
Eu nasci pra ser ginete e quebrar queixo de bagual
Vivo domando aporreado, deste ofício me sustento
Onde tem potrada xucra, ficar longe eu não aguento
Gosto do tinir da espora e do tilintar das rosetas
Depois de eu alçar a perna, beiçudo não se governa
Só que as corda' se derreta'
Não me leve a mal, não me leve a mal
Eu nasci pra ser ginete e quebrar queixo de bagual
Quando voltava pra estância depois de juntar o rodeio
O maula vinha riscado de espora e cabo de "reio"
Era um preto malacara que levou este floreio
Voltou mansinho pra o rancho e é só Deus do céu com gancho
Pra me tirar dos arreio'
Não me leve a mal, não me leve a mal
Eu nasci pra ser ginete e quebrar queixo de bagual