(Dionísio Costa/Joãozinho da Palmeira)
Quem bombeia a minha estampa, de pronto vê quem eu sou
Um taura da moda antiga que o gauchismo forjou
Na lida de cantoria faço de tudo que eu posso
Pra exaltar o meu Rio Grande cantando aquilo que é nosso
Eu respeito o sentimento das coisas que um outro canta
E não carrego amargura no que eu tiro da garganta
Sou simples como uma sanga matando a sede do gado
Vou firme rumo ao futuro, sem renegar meu passado
Sou cantador falquejado na tradição galponeira
E o meu destino me manda ser gaúcho a vida inteira
Quando a cordeona me chama pra cantar de parceria
Cruzo a noite pacholeando de a cavalo na alegria
Pra viver pelo povoado, faz tempo que eu vim-me embora
Mas não perdi na cidade minha origem lá de fora
Respeito a vida dos outros, pois cada um tem seu jeito
Eu sou da simplicidade e exijo o mesmo respeito
Abagualado e matreiro, me sinto bem sendo assim
Mas não desejo pra os outros o que eu não quero pra mim
O índio que não se entrega vai sempre contar comigo
Pois quem respeita o Rio Grande eu considero um amigo
Sou cantador falquejado na tradição galponeira...
Vivente que se pode recomendar.
Pequeno córrego, bossoroca.
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.