Pra quem não me conhece
Vou me apresentar cantando
Eu venho lá da campanha
Onde sopra o Minuano
Eu nasci em Cachoeira
Na costa do rio Jacuí
E me criei gauderiando
Pras bandas do Piquiri
(Vou dar de rédea pra trás
Que a saudade é matadeira
Quero banhar minha alma
Com as águas de Cachoeira)
Pra subir o Morro Grande
Precisa muita paciência
Do alto daquele morro
Se encherga toda a querência
Cruzava aqueles caminhos
No lombo de um pangaré
Pra arrastar sola da bota
Na bailanta do Xexé
(Vou dar de rédea pra trás
Que a saudade é matadeira
Quero banhar minha alma
Com as águas de Cachoeira)
Fiz caçada de tatu
Na costa do Irapuá
Barragem do Capané
Pesquei traíra e jundiá
Lembro os cantos dos Peixotos
E os domingos de carreira
Puxava o fole da gaita
Na barraca quitandeira
(Vou dar de rédea pra trás
Que a saudade é matadeira
Quero banhar minha alma
Com as águas de Cachoeira)
Eu deixei minha terra
Pra conquistar novo espaço
Se as vezes não te visito
Porque tempo é muito escaço
Não te esqueci minha terra
Para os amigos eu peço
Me espere a qualquer momento
Que eu chegarei de regresso
(Vou dar de rédea pra trás
Que a saudade é matadeira
Quero banhar minha alma
Com as águas de Cachoeira)
Apero de couro (torcido, trançado ou chato) preso às gambas do freio, que servem para governar os eguariços.