Carrego muitos setembros nos pessuelos da memória
Me lembro tempos de glória em dias de marcação
Dava gosto ser peão mesclando serviço e festa
Levando a vida ao reponte e chapéu quebrado na testa.
Debaixo do arvoredo já fervilhava o puchero
E o vento trazia o cheiro de pelo queimado e churrasco
E o entrevero de casco mistura poeira e fumaça
Grita o homem, berra o gado e corre a guampa de cachaça.
Traz a marca e leva os bagos, não descansa o descornador
Boleia o laço no braço, corta a orelha Nicanor
Para molhar a garganta me passa a canha Antenor
São gritos que se perderam na poeira do corredor.
Peala Pedro o novilho este saiu bem pra ti
Puxa no rabo guri já que nasceste campeiro
Encosta o ferro parceiro, lombeira se deixa em casa
Cuida da faça afiada e leve estes bagos pra brasa
Hoje já não se vê mais marcação porteira afora
Lida que se foi embora para dar cancha ao moderno
Não se emprega mais que um terno que no tronco marca o gado
E quem sai porteira afora é o peão desempregado
Operário de estabelecimento rural ou associado de entidade tradicionalista.
Comida preferida do gaúcho.
Mistura e confusão de pessoas, animais ou coisas.
Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.
Vacum de pouca idade.
menino, garoto (Se usa em outras partes do Brasil)
Vivente que monta bem e é hábil no serviço de campo.
Preguiça.
Espaço seccionado numa cerca.
Mala de garupa usada para levar utensílios, comida no lombo dos cavalos. Era muito usado pelos antigos tropeiros.