(João Luiz Corrêa e Dionísio Costa)
“Um maula corcoveador, do tipo arisco e ventena
Cismou de ser perigoso, me fez arrepiar as melenas
Ainda guardo na cachola o retrato daquela cena
Nesse drama abagualado, me vi dançando obrigado
No fandango das chilenas!”
Tinha que ser num domingo, que é quando eu monto a passeio
Prá rever um olhar moreno e um sorriso quando apeio
Como o pensamento voa, quando eu me grudo aos arreios
Fui pego desprevenido, por pouco que este bandido
Não me atora pelo meio!
Um redemoinho de vento me arrebanhou o chapéu
Foi o que bastou prá o louco, sair a campear o céu
Nem tive tempo prá o susto, no meio deste mundéu
Me vi nos braços da sorte e a cara feia da morte
Prá mim retirando o véu!
Te ajeita meu bagual véio! não adianta corcoveá
Te ajeita meu bagual véio! não adianta corcoveá
Tu carece de uma sova e eu só quero é namorá!
“Já no segundo corcovo, por instinto e precisão
Fui rezando preocupado, os pedaços de uma oração
Já sem as rédeas e o mango e as crinas cortando a mão
De espora e tapa eu batia, na bendita teimosa
De não abraçar o chão!”
Depois de uma meia hora, debaixo desta peleia
No barranco do lajeado, foi que eu vi a coisa feia
O maula trocou de ponta e eu passei entre as “orêia”
Montei de novo sem pena, quando eu cheguei na morena
Passava das onze e meia!
Cheguei na frente do rancho e apeei com desembaraço
Contei prá morena linda do que me aprontou o picaço
Ainda bem que ela merece todo o trabalho que passo
Meio rengo, esgualepado, fui recebido apertado
Com um dengoso e forte abraço!
Vivente que não devemos recomendar.
Xucro e assustado.
Denominação genérica do Baile Gaúcho.
Procurar ou buscar no campo.
excelente, bom, ótimo ou cavalo xucro
Espécie de açoite.
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.