O campo lá fora ta duro de geada
E a boca encarnada me chama de bem
A mesa "quatorze" tapada de ceva
E a gaita maleva num vai e se vem
Nos bailes crinudos gastei a fivela
Bombeando a janela e suando a camisa
Por causa dos home de farda no lombo
Levei algum tombo cruzado a divisa
Crescia gauderiando, no topo da serra
Não durmo em tapera, não pago carinho
A china mais linda cochila em meu braço
E as broncas que faço resolvo sozinho
Se levou num rodeio o povo conhece
Quem é quem anoitece lançando bonito
Ser pego na gaita pra faze um floreio
Escuto no meio " esse é o de são chico"
Eu sei que essa vida é cheia de encargo
Mais de um jeito largo eu cruzo faceiro
Quarteada e farrancho é tudo comigo
É pr'ajuda um amigo sou sempre o primeiro
De couro arruinado o laço não presta
E tudo que resta a um peão como eu
É buscar nos ranchos de homens sem luxo
Prazer gaúchos que o tempo esqueceu
Por isso que ando tapado deu orvalho
Manejo baralho, incomodo as guria
Que diacho de mundo tristonho que fica
Se a gente se achica e não vai pras fulias
Malfeitor, desalmado, mau e perverso.
Queda.
Mistura de mais de uma raça; também se diz de um cavalo calçado em diagonal.
Lugar em que se nasce, de origem
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Reunião para cuido, que se faz do gado.
Vila, distrito.
Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.
Operário de estabelecimento rural ou associado de entidade tradicionalista.
Diabo, capeta.