Com licença meu senhor vou falar da minha terra
Vou contar de são francisco dos campos de cima da serra
Eu sou filho daqueles pagos terra boa e sem luxo
É o coração serrano no rio grande o mais gaúcho
São francisco é terra boa gente forte e hospitaleira
Todo serrano é pachola e a serrana é faceira
Muito gado na coxilha no bolso muito dinheiro
Prá cantar de improviso serrano não tem parceiro
São francisco é um município entre os maiores do estado
A sua maior riqueza é a criação do gado
Fazendas de campo aberto coxilhas a campo fora
Onde canta o quero-quero e onde o minuano chora
Eu saí de são francisco, o interior fui visitar
Por tainhas e contendas, aratinga e cambará
Almocei na jaquirana, resolvi continuar
Só em cazuza ferreira é que eu fui pernoitar
Vila seca e criúva, apanhador e juá
Passei no passo do inferno e o salto fui visitar
Nunca vi tanta beleza, no mundo igual não há
O que eu quero nestes versos é minha terra cantar
Quando chega fim de setembro, na saída do verão
O serrano então demonstra de gaúcho a tradição
Montando no seu cavalo ou nas lidas de galpão
Da ilhapa até a presilha o serrano é campeão
Quando estou longe dos pagos a saudade é de matar
Eu me sinto acabrunhado com vontade de voltar
O serrano é um homem triste vivendo em outra terra
O serrano só morre feliz, morrendo em cima da serra
Leves ondulações topográficas no terreno.
Vento predominante frio e seco, que sopra do quadrante SW (Alegrete, Uruguaiana, Quaraí, Barra do Quaraí) - donde habitavam os nativos (índios) denominados Minuanos (por essa razão), que se tornaram hábeis campeiros (laçadores e boleadores).
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.
Botão da mesma guasca, que serve para fixação.