Eu to chegando dos fundões do cafundó
Estropiando dessa lida até de mim tenho dó;
O tranco desse cavalo ta igual a vaca seca
Já cruzei banhado e rio e vim costeando muita cerca.
Mas não tem nada eu cheguei arresolvido
Vou bailar nesse farrancho que ta muito divertido
Além do mais um galpão cheio de china
É melhor que pila achado e qualquer gaucho se anima.
Eu já chego paleteando co chapéu de contra o vento
Galpão, china e cordeona é melhor divertimento
Salve o baile de rancho inspiração desse gaiteiro
Levo o tranco de a cavalo no jeito velho campeiro.
Eu já estou acostumado com esta lida campesina
Só apeio do cavalo pra bailar com alguma china
Não tenho culpa ser nascido lá pra fora
Fui criado nos arreios e pra bochincho não tem hora.
É bem por que o chinaredo me conhece
E o gaiteiro que me agrada no floreio amanhece
A vida aqui na campanha ta buena barbaridade
E só cavalo, laço e doma e fandango bem a vontade.
Andadura lenta dos eguariços.
Tipo de edificação que com o rancho forma um conjunto habitacional no RGS; numa Estância ou numa Fazenda, abriga o alojamento da peonada solteira, os depósitos de rações, almoxarifados, apetrechos, aperos, galpão-do-fogo, etc.
Denominação dada à antiga moeda de “um mil réis”. Palavra regional que dá nome a moeda nacional, no caso o Real (ex: 10 pila, 25 pila - usa-se sempre no singular).
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Conjunto da encilha.
Briga feia, festa informal
bordel; onde fica o chinaredo
Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.
Adestramento.
Denominação genérica do Baile Gaúcho.