Versito da Estrela D'alva
Cavalo das Américas (2011)
Ênio Medeiros
Um baio ruano amilhado
Mais que um cavalo, um gavião
Desses que voam do chão
Pra dá co’as asas no céu
Que se lhe atiro o sovéu
Fica bufando na forma
Porque é domado com a norma
Da aba do meu chapéu
Domei o meu baio ruano
Amarillo, sol poente
Co’a ciência do penitente
Do saber como se faz
Ao jeitão do capataz
Sacando boi do rodeio
Pela barbela do freio
Sem deixar nada pra trás
A lo largo o par de espora
Apresilhada na bota
Um relincho pela grota
Crua lonca campechana
A lavareda aragana
O sol do primeiro raio
São do pelo do meu baio
Numa alvorada pampeana
De a cavalo faço atalhos
De norte a sul corto rumos
Pelo Rio Grande me aprumo
Da Vista Alegre ao Lajeado
Dos Lagoões ao Pau Fincado
Pelo Rincão da Bonita
Presa no laço de fita
Ao velho pago sagrado
Quero dizer aos amigos
E aos meus irmãos de cadência
Quando eu cambiar de querência
Liberto seja o cavalo
Pra que n’algum intervalo
De contraponto ao minuano
Eu sente as garras no ruano
Co'estas coplas no gargalo
(Letra: Gaspar Machado | Música: Ênio Medeiros)