Rosilha Cascavel
Cavalo das Américas (2011)
Ênio Medeiros
Vou lhes contar de um fato que se deu lá pra fronteira
Acharam o aporreado Conhaque no potreiro da Cruzeira
Diz que foi mal castrado pela faca carneadeira
E o resultado hoje é esse, essa cria da Cruzeira
Numa sexta-feira santa no campo da encruzilhada
Chegou o finado Pedruca numa baita disparada
No banhado do Inhatium tem uma fera encantada
Dando coice até na lua, guinchando e dando dentada
Dom Reinaldo, de vereda, essa é a cria da Cruzeira
Que se envolveu com o Conhaque ao rebentar uma porteira
Já nasceu de doze mês', cometeu esta besteira
Desafiando o negro macho e os ginetes da fronteira
Ginete Castiano Antônio me apresentou pra sua filha
Diz que comprou uma fazenda e mora lá com a família
Vai muntá na Cascavel e tirar a fama da rosilha
Os seus bens já penhoraram, do campo fez a partilha
Pra muntá na Cascavel tem que mordê nas oreia'
Bota uma ronda redonda e sete fita' vermeia'
Atá um sapo no tento e uma coruja no buçal
Porque hoje tu te topa com o jujo que te fez mal
Égua danada e só pra veiaqueá que presta
Mas carrega no seu lombo a tropilha da floresta
Égua danada e só pra veiaqueá que presta
Mas carrega no seu lombo a bandeira da floresta
Pra muntá na Cascavel tem que mordê nas oreia'...
Domingo, boca da noite, eu inventei uma prova
Chamei tudo meus cachorro' e convidei minha sogra
Já saiu se manoteando, avisei até a polícia
Faz três dias que procuro e ainda não sei notícia
Égua danada e só pra veiaqueá que presta...
(Letra e Música: Ênio Medeiros)