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A Troca de Nada / Cuia e Cambona

Com o Violão na Garupa (2014)

Mauro Moraes

São lerdos os tições do lamento
E da inevitável tristeza
Quando a vida arrasta os arreios
Com seus fantasmas campo-fora
Tem horas que a gente se ausenta
Depois de quase perder a estima
Com o tempo entordilhando as melenas
E as léguas... pedindo freio

São ternos os galpões do silêncio
E da inseparável poesia
Quando o campo inspira a palavra
E a cuscada retoça na volta
Lá fora, a troco de nada
O coração repara os cavalos
O gado, e algumas ovelhas
E inteira... a alma cuida dos guaxos

Na armada do laço
O calor de um abraço
Intervala cada tirão
Apesar que na vida
Quando a mãe lambe a cria
O destino pede perdão
Me deixem feliz,
Não tem mágoa esta dor
A saudade não sabe onde estou!

/

Um rancho, um livro, um pátio, uma milonga
Um pingo bueno no buçal... O gado pampa pela volta
E a prosa um tanto mais regional...
Um verso, um resto de poesia, uma alegria,
Um chasque escrito na carona...
Uma porção de coisas boas querendonas
E o mundo cuia e cambona!

A vida inteira andei pelas palavras
Campeando algum lugar, o que dizer
E nunca mais perdi aquela estrada
Onde pensar é o dom que não se lê!

Foram tantas rimas sendo repetidas,
Tantos pealos, domas, causos e fogões...
Que a minha alma seca por um mate,
Quem sabe, responda pelos galpões...
A letra é o tema, o termo necessário é o passo,
Que a inspiração precisa pra viver...
A arte é o pampa amando o campo pelos filhos,
Com a idéia pelo ser!

O corpo, a mente, um freio, um par de arreios,
Uma canção pra se guardar...
O coração chutando toco e uns "loco"
Fazendo a coisa andar!
Assim é o troço, é o nosso fundamento, é o tempo,
É o que atropela a criação, é o fim da picada,
É a poesia no rincão do Toro Passo cheirando a pasto
Pechando boi na invernada!


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