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Milongueando uns Troços / Feito o Carreto

Com o Violão na Garupa (2014)

Mauro Moraes

Era inverno sim, eu perdido em mim
Rabiscava uns versos pra enganar a dor
O tédio, o pranto, o tombo
E encantava mágoas milongueando sonhos

Mas havia em mim, um cismar doentio
De agregar estimas aos atalhos gastos
Dos compadres músicos
Repartindo as tralhas tendo o olhar recluso

Somos dessa aldeia filhos de parteiras
Na parelha injusta da cor
Somos pensadores sem pedir favores
Somos dessa plebe, febre de palavras

Na fronteira oculta dos rios
Somos cantadores sem pedir favores
Caso esta biboca, cova da desova
Dilarece o fruto, mastigando o gulo

O sumo, o tudo, o nada
Pego essa pandilha e engravido a rima
Se amor der sombra, a sesteada é pouca
Pra escorar no esteio, os livros, os arreios

O riso humano, o cusco, os ossos
E talvez amigos milongueando uns troços.

/

Meu compadre toca essa milonga nova feito negro véio
Meu compadre trova que o dedo de prosa anda mixuruca
Meu compadre abraços tocando pro gasto tá feito o carreto
Não tô nem aí não sou de me exibir eu sou de uruguaiana

Meu compadre volta que a santana velha ainda te espera
Meu compadre estive em passo de los libres chibiando um pouco
E me fiz de louco pra juntar uns troco e passar na aduana
Mortadela, queijo, azeite, papa doce e uns sacos de farinha

Meu compadre eu posso milongueando uns troços te alcançar um mate
Nosso buenas tardes teve o mesmo pátio a mesma cidade
Somos companheiros, somos milongueiros, somos regionais
Somos que nem peste da fronteira oeste como nossos pais

E não há mal que sempre dure
E não há bem que nunca acabe

Ah! seu tocador de rádio
Eu queria tanto mandar esse recado
Para o meu compadre
Que está aquerenciado
Na alma do meu violão


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