Pra Minha Morena
Escritos do Tempo (2018)
Jader Duarte
“Una” copla soprou da costa um aroma sul de flor
Meu gateado masca o freio junto á porteira no fiador
Apeiado pito um “bueno” dum fumo de Camaquã
E na lagoa do fundo ecoa um brado tajã
Nesses finais de lida quando refaço meu rastro
Minha mirada é serena no trono firme dos “basto”
O passo se multiplica, das “espora” a cantilena
Meu rancho meu destino pra os braços da minha morena
Vou ao tranco encurtando léguas repontando algum recuerdo
Das madrugadas ternuras no catre dos meus “pelego”
Os teus olhos na penumbra, luzentes sobre o luzeiro
Refletindo nosso amor na mansidão do braseiro
Assim avisto as casas depois de vencer coxilhas
Ciente do “bueno” gosto dos teus lábios maçanilha
Ao chegar o teu sorriso pra um campeiro é um alento
Por isso não perco o rumo do aroma destes ventos
Letra: Átila Duarte
Música: Jader Duarte
Violões, contrabaixo e semi-acústica: Maurício Lopes