De Quem Doma Caminhos
Escritos do Tempo (2018)
Jader Duarte
Cruzei a vida divisando o tempo
definindo rumos que não conhecia
Me fiz estrada nas patas dos potros
levantei poeira só por rebeldia
Nessas campereadas muito além da estrada
Alarguei limites com meus sonhos tantos
Com a liberdade geografei a pampa
Fiz irmãos gaúchos pelos quatro cantos
Confiei no braço e na raça do sul
Quando o vento norte agrandava o olhar
Vislumbrei o pago do jeito que quis
E se assim eu fiz foi por poder sonhar
É chegada a hora de baixar o toso
De me ver mais novo e rever a lida
Ao entardecer o mate é mais amargo
O rancho campo largo para as recorridas
Do gado manso a vergar distâncias
Aos potros xucros que amansei no caminho
Domei estrelas pelo céu sebruno
Para o fim das contas não ficar sozinho
Das andanças tantas me sobraram garras
Pra afirmar que a vida é bem mais que o sonhado
Que buscar a paz sempre vale a pena
O que construímos é o que será legado
Se meu cavalo diminuiu o tranco
E as minhas esporas dormem penduradas
Resta a certeza que ao domar caminhos
Traçamos razões para outras campereadas
Letra: Mário Amaral e Jader Duarte
Música: Maurício Lopes
Violões e Contrabaixo: Maurício Lopes
Acordeon: Jackson Fabrício