Assoviando a Quero-mana
Do Meu Rincão (2018)
André Teixeira
(Guilherme Collares/André Teixeira)
E eu vinha chamando a ponta,
Assoviando a quero-mana...
O boi tranqueia olfateando
A cola do meu tordilho...
Com quatro dias de tropa,
Segue até onde desencilho.
Me toca um quarto de ronda
E eu só lembro da fulana...
E não me sai do assovio
Essa mesma quero-mana.
Se o mundo desaba eu tenho,
Bem sentado no lombilho,
Meu poncho azul contra a chuva
E as confiança no tordilho.
Meu sombrero, flor de abobra,
Desabado contra o vento
Protege o meu assovio,
E a quero-mana eu sustento.
Ao tranco, a noite na ronda,
A gadaria reclama,
Lembrando a minha saudade
Que se esvai da quero-mana.
Já não me sai da memória
A canção em que ela chama...
Nem sei bem se ela me quer,
Mas não esqueço a fulana.
E amanhã, de manhã cedo...
Eu sigo a mesma proclama...
E chamo a ponta assoviando
Essa mesma quero-mana!