Tio Freu
Aparte (2006)
Telmo de Lima Freitas
Não escureceu ainda, amigo Tio Freu,
Tua história é viva porque aconteceu,
Quando gineteava ou quebrava a ponta,
Só é testemunho quem te conheceu.
Estouro inteiro de levar por diante
Uma cerca inteira com trama e palanque,
E os gritos de “Volta!” retumbando longe,
E a tua presença parecia um monge.
Gado sem costeio de guampa torcida,
Criado por gosto no fundão do pago:
Barroso, Fumaça, puxando a brasino,
Do Donze de Aquino, florão de Santiago.
Hoje cantam versos e tocam cordeonas,
Se agrupam parceiros nas carpas de lona,
Mas esquecem vultos que fizeram muito
E lembram de outros, borras e cambonas...
Mas Santiago é pago de muitos valores,
De gaiteiros buenos, bons aramadores,
Dos velhos ferreiros, grandes fazedores
De freios e esporas para os domadores.
Mas com tudo isso, meu Santiago amigo,
Fiquei velho grato pelo que me deu,
(Amizade grande que jamais termina,
Assim como essa minha e do Tio Freu.) Bis