(Paulo Ricardo Costa/José Claro "Zezinho")
Não gosto de dança de dançar colado
Pois danço espalhado e bem floreadito
Chacoalhando os braços quase me desombro
E quando afróxo o lombo chega ser bonito
Eu sou dançador e danço porque gosto
Não enjeito proposta e não esquento o banco
Não nasceu gaiteiro pra cansar o Medeiros
Num baile campeiro é que eu gasto os tamancos
Toca, toca, toca, seu gaiteiro, toca
Que ela me provoca porque é dançadeira
Vou no sapateio e ela me debocha
Que baixinha tóxa dançando rancheira
Nunca paguei vale pra mulher nenhuma
Mais caí nas unha' duma resolvida
Meteu o cavalo e parou de esbarrada
Que boca entaipada eu já vi na saída
Afroxei a guaiaca e baixei os dois cano'
Hoje eu desengano essa dançadeirinha
Sou da Vila Seca e não fróxo o garrão
E pra folgá o salão eu vou de carreirinha
Toca, toca, toca, seu gaiteiro, toca...
Mas quem se garante no cabo da dança
Quando se avança é pra fazer bonito
Saí bem tranquilo só no sapateio
Cheguei lá no meio já num puladito
E eu vinha judiado c’os zóio que é um pila
E a prenda tranquila pro meu desespero
Na volta da sala a xirua esnobava
E a indiada gritava, não fróxa, Medeiros
Toca, toca, toca, seu gaiteiro, toca...
Vivente que monta bem e é hábil no serviço de campo.
Cinturão de gaúcho, com algibeiras.
Jóia, relíquia, presente (dádiva) de valor; em sentido figurado, é a moça gaúcha porque ela é jóia do gaúcho.