(Léo Ribeiro/José Claro "Zezinho")
Enquanto o dia clareava apontando a crista no cerro
Cheguei na vila ao tranquito, entrei tapeando o sombreiro
No bodegão das Contendas fui eu quem chegou primeiro
Centauro do tempo antigo, homem campeiro de agora
Que carrega na linhagem velhos costumes de outrora
Gaúcho, sempre gaúcho, vila adentro ou campo afora
Este é meu jeito e tanto faz
Se minha história ficou pra trás
Tenho motivos de sobra pra viver assim no mais
Saudade não envelhece, tradição não perde o gosto
Quem tropeou sóis de janeiro e rondou luas de agosto
Traz os farranchos no peito e a lida rude no rosto
Por isso é que eu sou assim, calhandra de canto puro
Sem volta nem contravolta, risco branco em pala escuro
E a alma de mil poetas por baixo dum pêlo-duro
Este é meu jeito e tanto faz...
Boleei a perna do pingo pra "mode" molhar a goela
E atei meu zaino pinhão num varejão da cancela
E notei que se mexiam as cortina' das janelas
Pois não há quem não bombeie pruma estampa arrinconada
Um violão à meia espalda e uma voz de clarinada
Porque é o Rio Grande chegando, dando adeus de mão pegada
Este é meu jeito e tanto faz...
Vivente que monta bem e é hábil no serviço de campo.
Poncho leve de seda (para o verão), de algodão (para meia-estação) e de lã tramada ou bixará (para o inverno).
Afetivo de cavalo de estimação.
Vara grossa e comprida para trancar porteiras de vara.