(Gildo de Freitas)
Senhores, este barulho que estão ouvindo agora
Que faz assim, trintrintrim, é a roseta das esporas
Pois tem muita serventia e a mim muito me distrai
E a minha espora só sai quando eu tiro a bota fora
Este aqui é o tirador pra peões e capataz
Quando se laça de a pé, se deita o corpo pra trás
Pilcha de muito valor sempre atada na cintura
Pra livrar a queimadura do golpe que o laço faz
Este aqui é o cinturão, muitos chamam de guaiaca
Aonde guardo uns cruzeiros, mas já guardava patacas
Vai junto no mesmo cinto, mais um casal que resolve
É o velho amigo "revolve" parceiro da velha faca
Este aqui é o chapéu preto de aba e de barbicacho
Pra o sol não bater nos olhos se vira as abas pra baixo
E este pano no pescoço não vão pensar que é gravata
É o lenço que a gente ata em pescoço de índio macho
Este aqui é o pala branco que deita em cima da blusa
É um enfeite do traje que todo gaúcho usa
Já tem o nome na história por ser traje de respeito
Que o mais perverso sujeito admira e não abusa
Peça circular (dentada ou pontiaguda) da espora.
Calçado com cano (curto, médio ou longo), feito de couro.
Avental de couro; pilcha exclusiva de serviço.
Tem dois sentidos: impulso brusco ou negócio fraudulento de alarife.
Apero (acessório) trançado de couro cru, composto de argola, ilhapa, corpo e presilha.
Poncho leve de seda (para o verão), de algodão (para meia-estação) e de lã tramada ou bixará (para o inverno).
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.