(Paulo Ricardo Costa/José Claro "Zezinho")
Esta vaneira tem borralho e picumã
Resto de noite na fumaça dos tições
Iluminada com pavio e querosene
Luz de candieiro que dá vida pros galpões
Tem sentimento dum campeiro quando volta
Da lida bruta que repassa ao dia a dia
No chão batido roseteado das esporas
Que, campo afora, vão virando melodias
Esta vaneira foi templada na xucreza
Sovando notas de uma gaita de botão
É o próprio hino do Rio Grande que renasce
Pelos farranchos de capim caramanchão
Esta vaneira, quando a noite se debruça
Quebra o silêncio e junta o povo no galpão
Ajeita as coisas pra quem traqueja um namoro
Numa vaneira a gente espanta a solidão
Marca baguala desta pátria de onde eu venho
Ensinamento dos gaiteiros mais antigos
Que chega ao tranco, trançada tento por tento
Pra um novo tempo onde o verso pede abrigo
Esta vaneira foi templada na xucreza...
Esta vaneira tem gosto de mate amargo
Da água quente da cambona cascurrenta
Fedendo a crina dum bagual ainda suado
Desses ventenas que por nada se arrebenta
E quando a noite se acomoda, sorrateira
Ela se solta de algum fole galponeiro
De nota em nota acariciada pelos dedos
Conta segredos que só conhece o gaiteiro
Esta vaneira foi templada na xucreza...
Vivente que monta bem e é hábil no serviço de campo.
Estafeta que leva algo a outrem.
Vila, distrito.
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.
Pava
excelente, bom, ótimo ou cavalo xucro