De tardezinha quando a noite se aproxima
campeio a rima que passou durante o dia
olhando longe lá pras bandas do poente
o mate quente se derrama em poesia.
o pensamento toma conta da consciência
por coincidência sai sozinho por aí
quando retorna traz lampejos do futuro
e o sonho puro do meu mundo de guri.
este caminho que percorro no espaço
sem dar nenhum passo da cuia de chimarrão
tem a certeza e a pureza deste mate
que alumbbra o vate neste eterna comunhão.
olhar atado no fulgor da labareda
lenço de seda perpassa o picumã
a noite cresce no silencio da canhada
a madrugada traz o cheiro da manhã.
a note passa na garupa da cantiga
fazendo figa pra quem sonha sem dormir
uma guitarra campesina se levanta
na voz que canta o centauro do porvir.