A manga calma se transforma em aguaceiro,
O chuvisqueiro desentoca um "campomar"
Que se tolda em cima dum baio-oveiro,
Com meu sombreiro que "tombeia" ao desaguar.
Fecho seis dias que eu lido no "alagado"
E o banhado já virou um "tremendal".
Onde é várzea se tornou tudo encharcado,
"campo dobrado", vertente de lamaçal.
Até a baeta do meu poncho está molhada,
Garra ensopada de varar passo e sanga.
O galpão virou um varal de arreios.
Oreando aperos enchaguados pela manga.
O gado berra nostalgeando tempo feio,
E a parelha do arreio calechou-se das basteiras.
Lombo molhado pra pisar foi bem ligeiro.
Ainda a força do potreiro ta de baixo da aguaceira.
Uma estiada negaceia por matreira,
Com cisma de caborteira vem escondendo a cara,
Do meu galpão sorvo as horas tramando tentos,
Desquinando pensamentos, remendando alguma garra.
Então me olvido empreitando esta faina
Pois a força divina já mais falha e nunca erra.
Talvez a chuva seja o adubo já gasto,
Que veio firma o pasto e larga uma graxa na terra
Lugar de onde verte água.
Pilcha, espécie de capa sem abertura e de gola redonda que abriga do frio.
Tipo de edificação que com o rancho forma um conjunto habitacional no RGS; numa Estância ou numa Fazenda, abriga o alojamento da peonada solteira, os depósitos de rações, almoxarifados, apetrechos, aperos, galpão-do-fogo, etc.
Preparos necessários para a encilha.
Pequena invernada onde pastam potros, situado nas imediações de uma Fazenda ou Estância.