Venho de um fundão de campo do rio grande meu estado
Cresci na lida campeira, sempre lidando com gado
Domando potro veiaco marcando zebu alçado
E nas rodas mais feias saindo pra qualquer lado.
Quem olhar pra mi há estampa vê um gaucho de fato
Um chapéu de aba larga e um lenço maragato
Um tirador de capincho contra os espinhos do mato
E uma garrucha dois canos pra mode algum desacato.
Assim é a vida com liberdade sem luxo
Sou livre, sou rio-grandense , sou brasileiro gaúcho.
Gosto de surrar cruzado como quem faz simpatia
Minhas esporas passeiam do pescoço até as viria
Não sou carinho pra potro é minha filosofia
Um rebelde só obedece quem mostrar mais rebeldia
No dia em que eu me for lá pras querência divina
Quero ronco de cordeona mesclado a choro de china
Enquanto isso não chega vivo grudado nas crinas
Fazer bem feito o cavalo é assim e a minha sina.
Cavalo novo que ainda não levou lombilho.
Aficionado tradicionário e político, que ostenta o lenço colorado com o nó quadrado (quatro cantos ou rapadura); esse vocábulo, na origem designava ladrão de moça, de cavalo, de gado, etc.
Avental de couro; pilcha exclusiva de serviço.
Pistola de um tiro só e de carregar pela boca.
Mistura de mais de uma raça; também se diz de um cavalo calçado em diagonal.
Lugar onde se gosta de viver; se quer viver; lugar do bem-querer.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).