Fui me vendo aos pandarecos pelo barral da mangueira
Numa fria sexta feira de garoa acinzentada
Meu chapéu vertendo água e as bombacha num charco
O lombo do potro um arco lindo pra gineteada
Se veio querendo briga bufando e dando pataço
Mostrei o pulso e o braço do taura que tem forquilha
Deixei de lado as encilhas saltei pra o lombo de empelo
Saio deitando a cabelo com as rosetas na virilhas.
Pra tirar balda de potro não importa o tempo feio
Se é no pelo ou no arreio qualquer jeito se arrocina
Trouxe de berço esta sina quando encilho quebro o cacho
Se o mundo virar pra baixo fico grudado nas crina.
Dava pulo corcoveando me levantando pra o céu
Fui perdendo o meu chapéu e as rosetas campo a fora
Domador não se apavora com caborteiro sotreta
Fui cravando nas paletas o que sobrou das esporas.
Quando chegou na restinga parou e ficou estaquiado
Com o couro todo lanhado mais bravo que mamangava
Saiu costeando as aguadas com jeitão de traiçoeiro
Voltou juntando os terneiro, reconheceu quem mandava.
Grande curral.
Calça-larga abotoada na canela do gaúcho
Cavalo novo que ainda não levou lombilho.
Pancada forte com pata.
Vivente que se pode recomendar.
Montar no pêlo puro.
Mânha.
Destino, sorte.
Animal manhoso e infiel, velhaco.
Vivente tolo e covarde (vil e ruim), ordinário e velhaco.
Vegetação mixta nas margens de vertentes.