INFORMAÇÕES DA MÚSICA

Tirando Balda

Walther Morais

CD Já Vem no Sangue (2009)

Fui me vendo aos pandarecos pelo barral da mangueira
Numa fria sexta feira de garoa acinzentada
Meu chapéu vertendo água e as bombacha num charco
O lombo do potro um arco lindo pra gineteada
Se veio querendo briga bufando e dando pataço
Mostrei o pulso e o braço do taura que tem forquilha
Deixei de lado as encilhas saltei pra o lombo de empelo
Saio deitando a cabelo com as rosetas na virilhas.

Pra tirar balda de potro não importa o tempo feio
Se é no pelo ou no arreio qualquer jeito se arrocina
Trouxe de berço esta sina quando encilho quebro o cacho
Se o mundo virar pra baixo fico grudado nas crina.

Dava pulo corcoveando me levantando pra o céu
Fui perdendo o meu chapéu e as rosetas campo a fora
Domador não se apavora com caborteiro sotreta
Fui cravando nas paletas o que sobrou das esporas.
Quando chegou na restinga parou e ficou estaquiado
Com o couro todo lanhado mais bravo que mamangava
Saiu costeando as aguadas com jeitão de traiçoeiro
Voltou juntando os terneiro, reconheceu quem mandava.

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MANGUEIRA

Grande curral.

BOMBACHA

Calça-larga abotoada na canela do gaúcho

POTRO

Cavalo novo que ainda não levou lombilho.

PATAÇO

Pancada forte com pata.

TAURA

Vivente que se pode recomendar.

EMPELO

Montar no pêlo puro.

BALDA

Mânha.

SINA

Destino, sorte.

CABORTEIRO

Animal manhoso e infiel, velhaco.

SOTRETA

Vivente tolo e covarde (vil e ruim), ordinário e velhaco.

RESTINGA

Vegetação mixta nas margens de vertentes.