Falado:
Quando me paro a pensar sentado sobre o oitão
Eu olho pra minha estampa e escuto meu coração
Enquanto sorvo meu mate a tarde deita nos cerros
Eu sigo o rumo das tropas e o badalar dos cincerros.
Cantado:
Eu tenho o campo e tanta estrada nos meus olhos
Eu vim da terra, sou campeiro igual meu pai.
Abri picadas a facão e a machado
Buscando tropas lá pras bandas do uruguai
Chapéu bem grande e botas fole de gaita
Faca coqueiro que comprei lá nas missões
Um bom cavalo companheiro de jornadas
Raça gaucha promovendo integrações.
Eu sou pampeano, sou serrano, eu sou gaucho
Sou pelo duro, sou nativo, sou do sul
Bombacha larga, tipo os quadros do berega
A noite chega me tapo de céu azul.
Eu desbravei as serranais desta terra
Levando mulas pra feiras de sorocaba
Eu sou tão simples e não sei contar vantagem
Por que sou gaucho bem consciente não se gaba
Passei a nado as águas do rio pelotas
Tantas façanhas que nunca mais esqueci
E quando penso neste herança de tropeiro
Monto um cavalo e retorno a ser guri.
Até os pinheiros onde fiz acampamento
Vão se espichando como a procurar por mim
Eu aproveito esta hora de descanso
E deixo a alma pastoreando no capim.
A gralha azul me faz mudar o pensamento
Trazendo a imagem perfumada da emoção
Daquela prenda caborteira e muito linda
Levou com ela o meu gaúcho coração.
Só é mate se tiver algum jujo (chá) junto com a erva.
Vivente que monta bem e é hábil no serviço de campo.
Jóia, relíquia, presente (dádiva) de valor; em sentido figurado, é a moça gaúcha porque ela é jóia do gaúcho.
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.