(Rafael Teixeira Chiappetta/Nilton Ferreira)
Escarceia meu gateado
Estampando alma de campo
Quando potro, foi marcado
Batizei de Pirilampo
É um pingo de respeito
Meu gateado frente-aberta
Escondida sob a franja
Traz a lua, bem na testa
Um gaúcho que se preza
Tem que ter um bom cavalo
E montar no Pirilampo
É, pra mim, como um regalo
Eu escuto os quatro vento
Num relincho entonado
Não sou bruxo, mas entendo
O que diz o meu gateado
Ao findar minha existência
Me cambeando deste mundo
Voltarei, de vez em quando
Com permisso do Pai Velho
Pois então, se escutares
O tropel de um gateado
Meu espírito campeiro
Que em seu lombo está montado
Me conhece pelos olhos
E o som da minha fala
Quando boto o pé no estrivo
E no ombro levo o pala
Sabe ele o meu destino
Quando a lua desentoca
Vou campear algum fandango
Pra roubar uma chinoca
Um gaúcho que se preza...
Emponchado, de a cavalo
Eu provoco os temporais
O chamado dentro d’alma
Me toreia os ancestrais
E descambo horizontes
Muito além dos hemisférios
É o lombo do gateado
A extensão do meu império
Traz em si a imponência
Pela estirpe de um soldado
Já apartei briga de touro
No encontro do gateado
Mas nunca tirei-lhe o sangue
Nunca houve precisão
Levo mansa as esporas
Como enfeite pros garrão
Um gaúcho que se preza...
Afetivo de cavalo de estimação.
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.
Som vocal dos eqüinos.
Procurar ou buscar no campo.