(Marco Antonio Nunes/Nilton Ferreira)
Pealador que se garante, não precisa testemunho
Mostra no braço e no punho e o resto deixa pra o laço
Um pealo é um balaço quando pega nas munhecas
O touro se vai à breca, chega entortar o espinhaço
Na saída da porteira que se pealeia por farra
Bem lindo é o de cucharra, onde se mostra destreza
Esse é um pealo de proeza, pacholeio de peão
Quando o bicho beija o chão, pras vistas é uma beleza
Um zebuzito ventena que não respeita cancela
Sai correndo e atropela, pensando que é mais forte
Brincando com a própria sorte e já se perde num tombo
Num pealo de sobrelombo de fazer trocar de norte
Ao ouvir um reboleio, até o mais forte esconde a cara
O próprio vento dispara lá por detrás da coxilha
Uma armada e três rodilhas, só isto basta pra um pealo
Não precisa nem lembrá-lo que o tombo é uma maravilha
Um cuiudo aporreado senta as pata e não se entrega
Sai arrancando macega, pulando cercas e valos
Coisa feia, nem te falo, não volta nem com a polícia
É aí que entra a malícia de um qüera bueno de pealo
Um doze-braças de guerra, parceiro do santo ofício
Pois pealar é mais que um vício, qual o lombo dos cavalos
Estes versos são regalos pra quem escora no braço
E, com perícia no laço, dão a vida por um pealo
Ato de arremessar o laço (ou sovéu) e por meio dele prender as patas do animal que está correndo e derrubá-lo. Existem muitos tipos de PEALO, entre os quais:
Espaço seccionado numa cerca.
Estafeta que leva algo a outrem.
Queda.
Mal domado.
Bom.
Prender com o laço (ou sovéu) pelas mãos (patas dianteiras), o animal que está correndo, atirando o pealo que o derruba.