De vez em quando boto a mão nos cobre
Não existe china pobre, nem garçom de cara feia
Eu sou de longe, onde chove e não goteia
Não tenho medo de potro, nem macho que compadreia.
Boleio a perna e vou direto pro retouço
Quanto mais quente o alvoroço, muito mais me sinto afoito
E o chinaredo, que de muito me conhece
Sabe que pedindo desce, meu facão na “28”
Remancheio num boteco ali nos trilhos
Enquanto no bebedouro mato a sede do tordilho
Ouço mugindo o barulho da cordeona
E a velha porca rabona, retouçando no salão
Quem nunca falta é um índio curto e grosso
De apelido pescoço da rabona o querendão!
Entro na sala no meio da confusão
Vou meio atarantado que nem cusco em procissão
Quase sempre chego, assim meio com sede
Quebro meu chapéu na testa de beijar santo em parede.
E num relance se eu não vejo alguém de farda, eu grito:
- me serve um liso daquela que matou o guarda!
Guardo o trabuco empanturrado de bala
Meu facão, chapéu e pala e com licença, vou dançar
Nestes fandangos, levo a guaiaca recheada
Danço com a melhor china, que me importa de pagar!
O meu cavalo, deixo atado no palanque
Só não quero que ele manque quando terminar a farra
A milicada sempre vem de fora de hora
Mas eu saio porta afora, só quero ver quem me agarra
Desde piazito, a polícia não espero
Se estoura a reboldosa, me tapo de quero-quero.
Mulher mameluca (primeira companheira do gaúcho).
Pequeno cachorro (o mesmo que guaipeca).
Antiga arma de fogo - revólver nagão (nagant) e revólver 44.
Poncho leve de seda (para o verão), de algodão (para meia-estação) e de lã tramada ou bixará (para o inverno).
Cinturão de gaúcho, com algibeiras.