(Dionísio Costa)
Logo mais, tem surungo campeiro
Bem à moda antiga, pra ‘chacoaiá’ o couro
E eu me aprumo num trago de cânha
Taureando a vergonha, pra ‘campeá’ namôro
Ajojado no som da cordeona
Chuliando uma china, vou me ‘entreverá’
Me palpita, que hoje me esparramo
Da primeira marca, até o dia ‘clareá’
Lá de fora vem gente à cavalo
De à pé e de carróça, com sêde de festa
Quem não dança escóra a parede
Batendo garrão, só bombeando na frésta
O gaiteiro, é de cima da serra
E só isto já basta pra saber que é bom
Arrodeando, pra tudo que é lado
Quero amanhecer desmanchando batom
Sou da lida braba, de bérro e patáço
Mas pra ‘namorá’, só preciso vanera
Entre uma e outra, bebo uma gelada
E me atraco de novo, à ‘campeá’ quem me queira
Já faz tempo que venho tenteando
Um romance gaúcho pra me ‘acomodá’
Caprichando na prósa e no tranco
Que eu corro o rísco de me ‘encambichá’
Desgarrada das bem 'dançadeira'
Se campeia achêgo, comigo se arruma
Sou teimoso e bebo algum trago
Mas não amanheço, beijando guanchuma
Vou juntar a primeira que passa
E qualquer compasso que viér hoje danço
Não mandei reforçar minha sola
Pra ficar nos cantos com cara de ‘tanço’
Muito embora em bochincho cuiúdo
Não seja um costume engolir desafôro
Nesse baile não quero peleia
Só tô preparado, pra ‘campeá’ namoro
Baile de baixa categoria.
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.
Briga feia, festa informal