(Dionísio Costa, José Claro)
Na noite passada, meu sono não veio
E eu fiz um passeio, na minha lembrança
Do meu pai amigo, revi o semblante
Por algum instante, voltei ser criança
Senti a inocência, da vida tranquila
Que a gente aniquila, quando bate as asas
Vi nesta saudade, meu velho mateando
Comigo proseando, na sombra da casa
Que hora sagrada, foi este momento
Pois em pensamento, lhe dei um abraço
E embora distante, do meu grande amigo
Sei que está comigo, nos versos que eu faço
Parece verdade, na força da mente
Que eu ví novamente, o velho Nelcindo
Me alcançando a cuia, com um pé no banco
De cabelos brancos e um sorriso lindo
Que coisa abençoada, que cena bonita
Foi esta visita, que eu recebia
Bem na minha frente, comigo abancado
O meu pai amado, que há tempo eu não via
O mesmo trejeito, a mesma alegria
E a fisionomia, que de mim não sai
De olhos molhados, beijei o seu rosto
E senti o gosto, do amor do pai
Ao roncar a cuia, me disse sorrindo
Meu filho vou indo, preciso voltar
Que deus te abençoe, com sorte e saúde
Só aí que eu pude, então lhe falar
Tu sabe meu velho, que o meu dia a dia
É uma correria, mas não te esqueci
Como me faz falta, a tua amizade
E que baita saudade, eu sinto de ti
Teus ensinamentos em minha memória
Faz a minha história, ter clareza e brilho
Mesmo que esta vida seja tão pequena
Já valeu a pena, só por ser teu filho
grande, crescido; (Se usa em outras partes do Brasil)