Flavio Mattes / Marco Aurélio
Certo dia um camarada lá em casa apareceu
Um sujeito que eu pensava ser um grande amigo meu
Mas, porém me enganei vou te contar o que aconteceu
Olhando pro meu rancho disse que era um caquinho
Respondi pro rapazinho: - É um caquinho, mas é meu
É um caquinho, mas é meu, parece mais um galpão
Tem pinga, tem chimarrão e carne gorda também;
E muita simplicidade, é uma casinha esquisita
Mas quem me fizer visita eu recebo muito bem.
Olhou pro meu violão grande companheiro meu
E disse: - O violão que eu tenho é bem melhor que o teu.
Ao ouvir isso do moço minha voz entristeceu
Embora seja um caquinho respondi pro rapazinho:
- Não fale mal do meu pinho. É um caquinho, mas é meu
É um caquinho, mas é meu, eu adoro esse violão
Com ele fiz a canção que hoje é a minha bandeira
O filho de mãe solteira que foi um tremendo estouro
Me deu um disco de ouro que marcou minha carreira.
Nisso entrou minha velha pela porta da cozinha
Que sem falta de modéstia considero uma rainha
Ele me falou baixinho como ela é feinha
Ta virada num caquinho a santa mãe dos teus filhinhos
Respondi pro rapazinho: - É um caquinho, mas é minha.
É um caquinho, mas é minha não me solta, não me deixa
E nem tão pouco se queixa e não desfaz de ninguém
Que me ama e me quer bem entendam como quiser
Igual a minha mulher garanto que tu não tem.
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.