Flávio Mattes / Manoel Silva
Num velho rancho gaúcho sem luxo e sem vaidade
Nem no campo, nem no mato, num recanto da cidade
Ali nasceu um menino que com seis anos de idade
Mostrou vocação de poeta, cantava barbaridade.
Filho da família pobre foi criado trabalhando
Ao completar sete anos na escola estava estudando
Todos os dias de tardinha quando o sol vinha entrando
A vizinhança rodeava pra ver o menino cantando.
Tinha ele doze anos fez a primeira canção
Para um pingo que ganhou por nome de alazão
Para o povo de sua terra causou admiração
Muitos prometeram ajuda iludindo seu coração
E o menino foi crescendo cumprindo triste destino
Talvez se ele fosse rico se criando teatino
E os anos se passaram e tornou-se homem o menino.
E o tempo foi passando e sua vontade aumentava
Aprendeu tocar violão na cordas ele dedilhava
Uma vez foi desprezado pela prenda que amava
Sofreu muito, ficou triste, mas pra não chorar cantava
Sofrendo por esse mundo sem atenção, sem amor
Muitas vezes foi criticado, também sofreu essa dor
Sei que alguém vai dizer que será esse sofredor
Lutar e não poder vencer é perder o seu valor
Certa vez desesperado perguntou virgem Maria
E ao Senhor Pai das alturas por que não lhe ajudaria
Mas foi em vão a pergunta, Deus do Céu não respondia
E assim ele continuou tendo a má sorte por guia.
Encerrando essas palavras já que a esperança morreu
O sonho do poeta pobre muito comigo viveu
Desculpe querido povo se alguém não me compreendeu
O menino e o poeta desta história sou eu.
Primeira habitação erguida no Continente de São Pedro, edificada com material que abundava no local (leiva, torrão, pedra ou pau-a-pique e barreado), coberto com quincha.
Palavra de origem guarany, pois nessa língua não existe vocábulos com o som da letra “L”.
Afetivo de cavalo de estimação.
Vila, distrito.
Jóia, relíquia, presente (dádiva) de valor; em sentido figurado, é a moça gaúcha porque ela é jóia do gaúcho.