Nem bem clareia o dia movimento no galpão
Em dia de marcação Juvêncio traz os cavalos
Eu vou contar por regalo pois sou parte dessa lida
E jogo até minha vida para botar um pealo
Quando largo de “bolqueada” junto ás patas do boi
E num grito de “se foi” atiro de sobrelombo
O chão termina num rombo a armada tá cerrada
Só escoro a trompada que garante mais um tombo
De encontro ou de paleta eu atiro bem de chapa
As rodilhas da ilhapa se desmancham pela mão
Um pealo de cucharra atiro qual um mundéu
A cola vira pra o céu e a cara beija o chão
Se o brasino é ligeiro passa por dentro da armada
Escapa de uma “bolqueada” e pega as patas de trás
Que sujeira for capaz, eu juro que não mereço
Este pealo eu conheço, é o pealo do capataz
Meu compadre Anastácio vou “botá” um pealo pra ti
Nós “viemo se divertir” pagar pealo é assim
E antes que chegue o fim lá no meio da mangueira
Nem deixa “baixá” poeira, bota um pealo pra mim
Por essa vida campeira nas marcações que andei
Muito pealo já dei, mas também fui pealado
E com a prenda no costado ando pensando pra frente
Sabendo que o fim da gente é um pealo debochado
Letra: Ricardo Haas e Alfeu Oliveira (in memorian)
Música: Jader Duarte e Rodrigo Barreto
Violões e Contrabaixo: Maurício Lopes
Acordeon: Jackson Fabricio
Percussão: Jucá de Leon