Quem passava não viu nada.
Outra cena, tão comum...
Um homem e sua carreta
Numa estranha silhueta
Como fosse apenas um...
Mais alguém fez que não viu!
Desviou o olhar pra o chão.
E o buena tarde trigueiro
Dos sonhos do carreteiro
Não passou de outra ilusão!
Adiante alguém falou
Do que viu pela querência:
Que ao lado do carreteiro
Ia com ele um parceiro
Levando sua descendência...
Disseram que “é da vida!”
Uns que falaram primeiro.
...A carreta foi se embora
Riscando a estrada afora
E a alma do carreteiro...
Vai no peso da carreta,
Do Rio Grande, outra história:
Sem a invenção de heróis
Cavalgando ao por de sóis
Em um passado de glória!
Vai no tranco da carreta
O que ficou pra depois...
Homens do lixo vivendo
Vai a carreta rangendo
Com gente na lida dos bois!
Letra: Ezequiel da Rosa
Música: Jader Duarte
Violões e contrabaixo: Maurício Lopes
Acordeon: Jackson Fabrício