E foi bem assim que o tempo lhe viu a seguir os seus dias
As vezes com alma de sanga, em outros com ela vazia
E viu que um homem calado entregue ao seu próprio estio
Recente sua alma de sanga a chorar, por seus sonhos de rio...
Também foi assim que o campo cruzou seu olhar estendido
Mirando um sonho adiante com olhos de sonhos perdidos
E olhando pra dentro de si querendo ser rio mais à frente
Chorar como nunca se viu porque se perdeu da vertente...
Um homem e mais nada foi visto
Nem sanga, nem sonhos nem rio
Apenas mais um entre tantos perdido...
Em seu próprio vazio...
Talvez um dia seus sonhos depois de muitas andanças
Encontrem lugar pra ficar num tempo de nova esperança
E a alma de sanga que leva sonhando em ser rio novamente
Não chore por algo perdido mas cante, a alegria presente
E o tempo não vai mais lhe ver seguindo esses dias a esmo
Com jeito de quem se procura, sem nunca encontrar a si mesmo
O campo não vai mais cruzar dois olhos de alguém em estio
Tampouco uma sanga chorando, por nunca chegar a ser rio
Um homem com brilho nos olhos
Verá quem passar bem de perto
Com o peito repleto de sonhos
E os sonhos singrando libertos
Letra: Ezequiel da Rosa
Musica: Jader Duarte
Violões e contrabaixo: Maurício Lopes
Acordeon: Jackson Fabrício