Como pode um pescador, na barranca horas a fio
Não se atrever ao poema, diante a riqueza de temas
Que lhe proporciona uma rio
Tem na calma do remanso, um silencio de tapera
Onde uma voga arisca, brinca beliscando a isca
Numa das linhas de espera
Onde um martin num mergulho, faz tocaia a um lambari
E uma cigarra harmoniza, lá do palco que improvisa
Num galho de curupi...
“E uma cigarra harmoniza, num galho de curupi”
Logo abaixo na cachoeira, de beleza exuberante
Águas viram cambalhotas, tirando das pedras notas
Pra seu canto murmurante
Chega a noite e no pesqueiro, tem saudade e solidão
Pescador abraça o pinho, que em seu colo faz o ninho
Emparceirando inspiração
Pra pescador ser poeta, é o mais fácil desafio
Noites se vestem de “Rillo”, até num canto de grilo
Pelas barrancas do rio...
“Noites se vestem de Rillo, pelas barrancas do rio”
Letra: Moacir Dávila Severo
Música: Jader Duarte
Violões, contrabaixo e semi-acústica: Maurício Lopes
Acordeon: Jackson Fabrício
Vocais: Jader Duarte, Maurício Lopes, Jackson Fabrício e Everton Hernandez